Diario do Mercado - 2ª feira, 30.05.2016
Ibovespa iniciou a semana próxima à estabilidade, em dia de importantes indicadores econômicos internos na agenda
O Ibovespa encerrou a sessão desta 2ª feira próximo à estabilidade, aos 48.964 pts (-0,18%), passando a acumular -9,17% no mês e 12,95% no ano. Em dia de negociações bem menos volumosas por conta de feriado nos mercados norte-americano e do Reino Unido, o giro financeiro da Bovespa foi de tão somente R$ 2,13 bilhões, sendo R$ 2,02 bilhões no mercado à vista.
No dia 25 (último dado disponível), houve ingresso de capital externo da ordem de R$ 113,62 milhões da bolsa, que acumula agora saldo negativo de R$ 1,59 bilhão em maio, mas, ingresso líquido de R$ 11,70 bilhões no ano.
Na agenda econômica (pg.3), internamente, o resultado primário do governo no mês de abril surpreendeu o mercado positivamente, vindo o número em R$ 9,8 bilhões em termos nominais, ante estimativas em R$ 2,7 bi. Já em termos primários, o total foi R$ 18,26 bilhões.
No acumulado do ano, no entanto, o resultado do primeiro quadrimestre continua negativo: um déficit primário de R$ 8,450 bilhões. O número, embora reflita certa sazonalidade para meses de abril, foi considerado positivo, e denota, segundo nossa visão, uma possibilidade maior, ainda carente de confirmação, de um viés de reequilíbrio fiscal do governo.
Já o IGP-M (Índice Geral de Preços ao atacado) subiu a +0,82% em maio, versus 0,33% em abril, vindo acima das expectativas dos agentes, em +0,74%.
Os seus três subíndices assim variaram: o IPA-M em +0,98% (+0,29% em abril) – o IPA- Agrícola em +2,58% (+1,35% em abril), impulsionado pelo avanço do preço da soja; e o IPA-Industrial em +0,30% (-0,15% em abril); o IPC-M em +0,65% (+0,39% em abril); e o INCC-M em +0,19% (+0,41% em abril). O indicador passou a acumular +4,15% no ano e +11,09% em 12 meses.
O avanço da inflação, ratificado pelo IGP-M de maio, após a alta acima da expectativa do IPCA-15 na semana retrasada, aparentemente, tem levado os agentes a revisarem seus modelos econométricos, visto que a taxa de câmbio à vista não recuou como se esperava, corroborando para a elevação, no relatório Focus de hoje, ainda que modesta, do IPCA para o final de 2016.
Também, como efeito recorrente, suscitaram-se dúvidas em relação aos cortes da taxa básica de juros ao longo deste ano, que miram seus efeitos em direção à inflação futura para o centro da meta (4,5%) no próximo ano, que agora passaram a oscilar entre 125 pts-base e 150 pts-base - ou seja, uma taxa Selic no final de 2016 em 12,75% a.a. ou 13,00% a.a. Para uma análise em detalhes do relatório, acesse o link análise do Relatório Focus.
Na agenda internacional, muito por conta dos feriados, nenhum indicador de peso. Para a semana, as atenções estarão voltadas para a divulgação do Payroll (criação de vagas na economia) nos EUA, na sexta feira.
No mercado de câmbio, o dólar norte-americano em um dia sem a intervenção do Bacen nos leilões de swap cambial reverso, encerrou a sessão cotado no interbancário a R$ 3,5787 (-0,82%).
Após a divulgação do dado de resultado primário do governo, a divisa norte-americana, que apresentava ligeira queda, acelerou a depreciação contra o real, corroborando a visão de que o dado divulgado foi considerado positivo pelos agentes.
O CDS de 5 anos do Brasil (medida de risco-país) avançou ligeiramente, e fechou o dia em 351 pts, ante 350 pts na véspera, bem como ainda acima do importante nível de 330 pts.
No mercado de juros futuros na BM&F, dia de retração em praticamente todos os vencimentos, acompanhando o deslocamento do dólar, em dia de menor liquidez e predominância da inércia nos mercados, refletindo o dia de poucos drivers.
Nos mercados estrangeiros, predominou o bom humor. Na Europa, devido ao fuso horário, hoje foi o dia da repercussão no mercado acionário, à fala da presidente do Fed, Janet Yellen, na tarde da última 6ª feira.
Contrariando o tom de seu discurso, interpretado no sentido de uma maior possibilidade de aperto monetário na economia norteamericana, as bolsas europeias elevaram-se majoritariamente.
Na Ásia, destaque para a bolsa do Japão, que fechou em alta na 2ª feira - no maior nível em um mês – refletindo uma cotação do dólar valorizado perante o iene e expectativas que o governo japonês poderá adiar um aumento do imposto no setor de vendas planejadas.
Confira no anexo a íntegra da análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 30.05.2016, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, RAFAEL FREDA REIS, CNPI, ambos do BB INVESTIMENTOS.
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